Importância do diálogo familiar durante a infância
A comunicação é a chave para relações humanas respeitosas e frutíferas — ainda mais entre pais e filhos.
À medida que crescem, nossos filhos ficam cada vez melhores em se comunicar conosco e com o mundo que os cerca. No entanto, mesmo com a maturidade e os aprendizados, muitas crianças e adolescentes ainda precisam de seus pais ou de um adulto para ajudá-los a compreender e expressar suas emoções.
Em alguns casos específicos, a ajuda de médicos, psiquiatras ou psicopedagogos, pode ser necessária. Em geral, a demanda por esses profissionais está diretamente relacionada com a visão que a criança tem de si mesma.
O autorreconhecimento, enquanto indivíduo independente, inicia-se durante a infância. É através do diálogo com os pais e demais adultos do núcleo familiar, e da reação destes em relação ao comportamento da criança, que esta última constrói sua autoestima.
Quando uma pessoa que transmite maturidade e autoridade ouve e responde às perguntas de uma criança, ela passa a se perceber como um interlocutor válido, digno de confiança e interesse. Isso lhe assegura que o seu desejo de saber e pertencer é positivo, e que seus sentimentos são legítimos.
Ademais, para além da vida escolar e dos amigos, é na esfera familiar que a criança aprende a socializar e estabelece os principais traços de sua personalidade. Por esses motivos, os pais devem estar próximos dos filhos, buscando estabelecer o diálogo permanente e de qualidade, como veremos a seguir.
Dialogar com a criança para ajudá-la a desenvolver autoestima
O diálogo contínuo permite aos pais e responsáveis a compreensão dos conflitos internos e externos da criança ou adolescente. Por meio deste contato, os pais têm acesso direto à mente da criança e ao seu universo. Assim, torna-se possível identificar a melhor forma de ajudá-lo a se tornar um adulto equilibrado no futuro.
A escuta ativa do adulto demonstra uma preciosa consideração com a criança. Na prática, essas oportunidades são decisivas para o desenvolvimento da autoestima dos pequenos. Isso porque é na infância que o ser humano começa a elaborar a sua autoimagem, baseando-se, sobretudo, na opinião dessas figuras que ela tem como referência.
Dialogar com a criança para compreendê-la e orientá-la
Através do diálogo na vida familiar, os responsáveis descobrem a verdadeira personalidade, comportamento e preferências das crianças e adolescentes. Essa aproximação com os filhos, sobrinhos e até mesmo netos, permite compreender mais facilmente suas motivações e orientações.
A partir destas impressões, é possível contribuir positivamente para a educação desses seres humanos em formação, sobretudo dos 12 aos 18 anos, fase complexa durante a qual a criança passa por diversas transformações, físicas e psicológicas, tornando-se um adolescente.
Dialogar com a criança para ajudá-la a se construir
Ao sentir que sua opinião é válida, a criança desenvolve autoconfiança, inteligência e compreende a sua importância na esfera familiar e no mundo. Com o passar do tempo e o exercício constante do diálogo, a criança adquire melhores habilidades argumentativas, e conseguirá debater tópicos mais complexos com convicção.
Contudo, cabe aqui distinguir o diálogo da discussão. Enquanto o diálogo é mais preciso, direcionado e claro, a discussão, em geral, é apenas uma reação a um determinado evento, sem necessariamente buscar uma solução ou desenvolver um relacionamento mais profundo entre os interlocutores.
Por fim, é por essas trocas que as crianças conquistam a autonomia e os instrumentos necessários para a vida adulta autossuficiente. Portanto, a comunicação familiar é um fator decisivo na construção de todas as pessoas desde os primeiros anos da infância.
A importância do diálogo é, portanto, basilar para a formação de adultos plenos, mentalmente saudáveis e conscientes de seu papel na família, na escola e na comunidade — além de nos possibilitar momentos especiais em família.
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